A conversão de fogão é o processo técnico pelo qual um aparelho projetado para funcionar com gás GLP (gás liquefeito de petróleo, ou gás de botijão) é adaptado para operar com gás natural (GN), fornecido por rede encanada. Essa adaptação é fundamental para que o fogão funcione com segurança, eficiência e desempenho ideais.
Diferenças técnicas entre GLP e GN
O gás GLP e o gás natural possuem propriedades distintas que impactam diretamente o funcionamento do fogão:
- Pressão: O GLP opera geralmente em uma pressão média de cerca de 2,75kPa a 2,8kPa, enquanto o GN trabalha com pressão mais baixa: 2,2kPa.
- Composição e poder calorífico: O GLP é mais denso e possui maior poder calorífico, enquanto o GN tem menor densidade e queima com chama diferente.
Por que a conversão é importante?
Muita gente acredita que converter um fogão é apenas “trocar os bicos”, mas esse é um equívoco comum. A conversão de um fogão de GLP (gás de botijão) para GN (gás natural encanado) vai além disso: trata-se da troca ou ajuste preciso dos injetores, também chamados de bicos injetores, que ficam instalados em cada queimador do fogão — inclusive no forno, o que muitos esquecem.
Esses injetores são componentes fundamentais, pois regulam a quantidade de gás liberada para a combustão. Eles possuem orifícios calibrados de fábrica, projetados conforme o tipo de gás e sua pressão. O GLP, por ter pressão mais alta, utiliza injetores com orifícios menores. Já o GN, com pressão mais baixa, exige orifícios maiores para garantir que a quantidade certa de gás chegue ao queimador, permitindo uma chama forte, estável e segura.
Cada boca do fogão (auxiliar, semi-rápida, rápida ou tripla) tem um injetor com diâmetro específico, e o forno também possui um injetor próprio. Portanto, uma conversão incompleta ou feita de forma incorreta pode causar problemas sérios, como chama fraca, instável, demora para acender ou até impossibilidade total de uso do forno — que, aliás, é uma das principais dúvidas que recebemos dos nossos clientes.
A conversão adequada garante que todos os componentes funcionem de forma harmônica com o tipo de gás disponível na residência, respeitando as normas de segurança (como a NBR 13103) e evitando riscos como vazamentos, mau funcionamento e desgaste precoce do equipamento.
Quais problemas podem ocorrer sem a conversão correta?
Se o fogão não for convertido adequadamente para o tipo de gás da sua residência, podem surgir problemas como:
- Chama fraca ou amarela: Indica combustão incompleta, com risco de monóxido de carbono e sujeira acumulada no aparelho.
- Dificuldade para acender: A chama pode não se manter acesa ou o aparelho não funcionar corretamente.
- Risco de vazamentos e acidentes: Por ajustes incorretos e falta de teste, colocando a segurança em risco.
Dúvidas comuns dos clientes
- “Preciso converter o forno também?” Sim, o forno deve ser convertido para evitar problemas na chama e garantir a segurança.
- “Posso usar o fogão do jeito que está sem mudar o tipo de gás?” Não, usar o fogão sem conversão correta pode ser perigoso e danificar o equipamento.
- “A conversão pode ser revertida?” Sim, mas deve ser feita por um profissional para garantir o funcionamento adequado.
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